quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Diversidade de Ecossistema - um novo exame contra o Câncer de Mama

Além dos exames preventivos recomendados, agora pode-se contar com uma nova descoberta do Institute of Cancer Research, de Londres. É um teste, chamado Index de Diversidade de Ecossistema (Ecosystem Diversity Index), que analisa os tumores e seu grau de agressividade, colaborando para adequar os tratamentos dos indivíduos de forma mais eficaz.

O estudo foi publicado na revista PLoS Medicine hoje (16 fev 2016) e foi financiado pelo próprio ICR, pelo Breast Cancer Now, pela Wellcome Trust e pelo Cancer Research UK.

Pesquisadores combinaram software retirado do estudo da ecologia com análise de imagem e analisou 1.026 amostras de tumores de mama não tratados em três hospitais diferentes.

Eles analisaram três tipos distintos de células – células cancerosas, linfócitos do sistema imunológico e células do estroma, que produzem tecido conjuntivo – no lugar de espécies de animais e plantas em ecossistemas naturais.

Pacientes com tumores de alto grau maior do que cinco centímetros de diâmetro, cujos tumores pontuaram alto no Index de Diversidade de Ecossistema tiveram uma chance de sobrevivência de cinco anos de 16% em comparação com 50% para os tumores com pontuação de baixa diversidade.

Os pesquisadores do ICR também analisaram o Index de Diversidade de Ecossistema além de fatores genéticos – a primeira vez que um estudo analisou o impacto de diferentes tipos de células em torno de um tumor, juntamente com a informação genética.

Eles descobriram que os pacientes que tiveram tumores com uma pontuação de elevada diversidade em conjunto com mutações no gene supressor de tumores P53 tinham poucas chances de sobrevivência.

O líder do estudo, Dr. Yinyin Yuan, líder da equipe no Centre for Evolution and Câncer, do ICR, disse: “Nossos resultados mostram que os modelos matemáticos de diversidade ecológica podem detectar cânceres mais agressivos. Ao analisar imagens do ambiente em torno de um tumor com base em princípios de seleção natural darwiniana, podemos prever a sobrevivência em alguns tipos de câncer de mama ainda mais eficaz do que muitas das medidas usadas atualmente na clínica.”

“No futuro, esperamos que através da combinação de pontuação de diversidade celular com outros fatores que influenciam a sobrevivência de câncer, tais como genética e tamanho do tumor, nós seremos capazes de distinguir os pacientes com doença mais ou menos agressiva, para que possamos identificar aqueles que possam precisar de diferentes tipos de tratamento”.

Dr Rachael Natrajan, líder da equipe do Breast Cancer Now Toby Robins Research Centre, do ICR, disse: “Nós já sabíamos há algum tempo que a diversidade genética entre as células cancerosas em tumores está associada com doença mais agressiva e os nossos novos resultados também mostram que diversidade de células dentro do microambiente do tumor também contribui para o câncer de mama agressivo. A integração da nossa nova medida com alterações genéticas pode realmente fornecer informação prognóstica adicional da genética por si só e pode abrir o caminho para uma nova onda de biomarcadores de diagnóstico.”

O professor Paul Workman, Chefe Executivo do ICR, disse: “Este genial estudo combinou técnicas desenvolvidas em ecologia e biologia celular com tecnologia de visão por computador para desenvolver um teste preditivo totalmente novo que pode vir a ser utilizado para pacientes na clínica.”

“Isso nos ensina uma lição valiosa – devemos sempre lembrar que as células cancerosas não estão se desenvolvendo e crescendo de forma isolada, mas fazem parte de um ecossistema complexo que envolve as células humanas normais também. Através de uma melhor compreensão destes ecossistemas, nosso objetivo é criar novas formas de diagnosticar, monitorizar e tratar o câncer”.

Fontes: ICR – Institute of Cancer Research, INCA – Instituto Nacional de Câncer.

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