Há muitas dúvidas e mitos em torno da prática do sexo anal. Questões relacionadas a dor, a saúde e ao prazer são as que mais incomodam quem quer iniciar a prática.
Primeiramente, nunca se deve fazer sexo anal somente para agradar o parceiro. A prática tem que ser prazerosa para o casal, e para isso tanto o homem quanto a mulher devem estar predispostos a fazê-lo. Sabemos que para os homens, este é um dos fetiches mais comuns. A relutância de algumas mulheres em aceitar o sexo anal desperta a curiosidade dos homens e a posição de dominação masculina também contribui para a preferência deles. Além disso, o ânus é um orifício mais apertado que a vagina, e por isso a sensação do sexo anal é diferente da sensação do sexo vaginal.
É possível, e há mulheres que alcançam o orgasmo com penetração anal. Mas para o sexo anal ser prazeroso para a mulher, é importante que seja feito sem pressa e com muito cuidado. O parceiro deve começar introduzindo o dedo no ânus, usando bastante
lubrificante, para o relaxamento do esfíncter e um
dessensibilizante anal também é recomendado. A mulher deve estar relaxada e confiante antes da penetração. Ao mesmo tempo em que acontece a penetração anal o parceiro deve estimular seu clitóris, seus seios, ou a mulher mesmo pode se masturbar. Uma posição recomendada é a “colher”, em que a mulher fica deitada de lado e de costas para seu parceiro. Esta posição costuma ser mais confortável para a mulher do que a popular “cachorrinho”
Como em todo ato sexual, há chances de contrair alguma doença fazendo sexo anal sem proteção. O ânus é uma região muito contaminada pela presença de fezes, e essas bactérias são nocivas quando em contato com outras áreas do corpo. Além disso, a mucosa do reto é muito absorvente. Podem acontecer infecções e diversas doenças sexualmente transmissíveis (DST), tanto em quem penetra quanto em quem é penetrado. Sabe-se que alguns casos de câncer do canal anal estão relacionados ao HPV .
O HPV é uma doença sexualmente transmissível causada por vírus. Ao fazer sexo anal sem camisinha, este vírus pode causar uma infecção na região anal. Em longo prazo, podem aparecer pequenas feridas decorrentes da infecção. Em alguns casos, se não for tratado, esse problema pode evoluir para um quadro de câncer. Para evitar qualquer tipo de problema é essencial usar
preservativo e muito
lubrificante à base de água que mantém a camisinha em bom estado e evita lesões na pele. E cuidado: nunca use a mesma camisinha para penetrar no ânus e depois na vagina. A camisinha infectada por bactérias pode causar problemas na mulher. Além disso, é preciso que homem e mulher lavem as partes íntimas após o sexo anal.
Algumas pessoas se preocupam com problemas de hemorroidas e o alargamento do ânus. Mas são mitos que circundam a prática do sexo anal. No caso das hemorroidas a prática só é desconfortável para que já tem tendência a hemorroidas, mas não é o causador do problema. Quanto ao alargamento do ânus, isto não é possível, pois a abertura do ânus é controlada por um músculo chamado esfíncter, que relaxa ou se contrai conforme a necessidade. O esfíncter não perde a força por causa do sexo anal. A única possibilidade de “alargamento” do ânus é caso o músculo se rompa, mas a prática de sexo anal não causa rompimento.
Outra coisa que incomoda muito quem quer praticar o anal é a possibilidade de aparecerem resíduos fecais. Neste caso, o ideal é evacuar antes da relação sexual e fazer uma boa higienização da área anal. Além disso, é possível fazer uma lavagem do canal anal, usando enema, um produto vendido em farmácias ou
uma ducha higiênica (encontrada em farmácias e
sexshop) em própria para esse fim. A flatulência, outro incômodo provocado pela prática do anal, é mais difícil de evitar. Acontece porque durante a relação sexual a musculatura do ânus fica relaxada, e com os movimentos de vai e vem pode entrar ar no reto, causando flatulência.
Se ainda há dúvidas leia, pesquise, estude, converse com seu parceiro. Afinal toda e qualquer prática sexual para ser prazerosa deve ser em comum acordo. O sexo nunca deve ser usado como uma forma de "prender" ou "chantagear" o outro, pois dessa forma ele deixa de ser prazeroso para ser somente uma obrigação.
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