terça-feira, 11 de agosto de 2015

Pornografia nos anos 30

Alexandre Dupouy é um francês que tem interesse por antiguidades relacionadas ao sexo. Ele é responsável pela publicação de um livro bem interessante chamado Mauvaises Filles. Esse livro reuni fotos de prostitutas da década 30. Além de algumas fotos interessantes confira trechos de uma entrevista dada por Dupouy ao site Vice e faça uma breve viagem a Paris dos anos 20.






VICE: Como você descreveria uma típica prostituta parisiense do começo do século 20?

Alexandre Dupouy: O perfil típico era de uma garota que veio até Paris para ganhar dinheiro a fim de alimentar a família, que provavelmente morava numa fazenda do interior. Faminta e desempregada, a garota podia cruzar com uma madame que prometia abrigo e comida. Ela acabava com dez ou 15 garotas na mesma situação. Na época, uma prostituta ganhava quase dez vezes mais que um trabalhador comum. Em 1900, um trabalhador recebia normalmente dois francos por dia, enquanto uma prostituta de rua cobrava cinco francos por trabalho – 10 francos se estivesse num bordel.

Quais eram as condições de trabalho de uma prostituta na época?

De certa maneira, era algo similar ao esporte. Uma prostituta podia trabalhar por dois ou três anos antes de ficar prejudicada. Doenças eram comuns, e acesso à proteção era quase nulo. Camisinhas já existiam, mas não eram obrigatórias. As garotas se limpavam com algo chamado "esponja higiênica". As esponjas, claro, não tinham nenhuma eficiência.


Os bordéis eram legalizados?

Em Paris, os bordéis continuaram legais até 1946. A maioria dos grandes bordéis já tinha fechado as portas em 1925. O Sphinx era um bordel típico dos anos 30: havia um bar e um restaurante, e mulheres também podiam entrar. Esses novos pequenos bordéis eram chamados de "casas de tolerância". Políticos, tanto gaullistas como comunistas, acusaram alguns donos de bordéis de trabalhar para os alemães durante a ocupação.

Como você vê o estado atual da prostituição na França?

Vejo que a prostituição diminuiu aos trancos e barrancos – não há mais muitas prostitutas. Acho que isso se deve às relações conjugais. No século 19, se um homem burguês pedisse [à esposa] uma felação, ela negaria. E, quando aceitava, ela nem sempre sabia fazer – as mulheres frequentemente machucavam seus maridos.
É por isso que o papel da prostituta está morrendo. Hoje, os clientes regulares são também os mais deprimentes: pessoas que não transam há anos, maridos que gostam de trair as esposas ou milionários erotomaníacos – o tipo Dominique Strauss-Kahn.

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